Ataques ativos realizados a partir de posições elevadas

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Policiais atuando durante o incidente em Las Vegas em 2017 (ABC News).

Por Valmor Saraiva Racorti* e Adriano Enrico Ratti de Andrade*

Policiais atuando durante o incidente em Las Vegas em 2017 (ABC News).

Para que as forças policiais alcancem resultados aceitáveis em incidentes críticos em curto espaço de tempo, é fundamental investir em três áreas distintas: treinamento, equipamento e, muito importante, respaldo.


Introdução

Um ataque ativo é considerado como um incidente crítico dinâmico em que um ou mais indivíduos, estão ativamente motivados a matar indiscriminadamente o maior número possível de pessoas em determinado local, podendo fazer uso de quaisquer meios à sua disposição (RACORTI; ANDRADE, 2023).

Os incidentes dinâmicos possuem como característica a compressão de tempo, e portanto,  ao contrário do que ocorre nos incidentes críticos estáticos [1], onde os primeiros interventores buscam a estabilização do incidente para então passar à resolução, neste caso os primeiros interventores devem atuar diretamente contra o causador do incidente.

Como sabido pelas forças de segurança, os policiais que primeiro chegam ao local não devem aguardar a chegada de equipes especializadas, devendo atuar dentro da seguinte ordem de prioridades: impedir de forma urgente a ação homicida e em seguida providenciar socorro às vítimas.

Contudo, em alguns destes incidentes se verificou, de forma simultânea, características comuns aos incidentes críticos estáticos e dinâmicos, onde o causador do incidente se encontrava ativamente engajado a matar indiscriminadamente o maior número possível de pessoas, porém o fazia a partir de um local determinado, no qual se encontrava em uma posição elevada no terreno, e com disponibilidade de meios ofensivos e defensivos [2].

Por se tratar de um incidente crítico híbrido, em que tanto as respostas policiais voltadas puramente a incidentes críticos estáticos e dinâmicos se mostrarão ineficazes, será realizado um estudo de caso dos incidentes mais letais com estas características, de forma a tentar identificar padrões que possam auxiliar na formulação de uma proposta de atuação.

Incidente na torre da Universidade do Texas (EUA)


Torre da Universidade do Texas em Austin (The University of Texas System).

A torre consiste no ponto central do campus da Universidade do Texas em Austin. Ela possui 28 andares e aproximadamente 94 metros de altura, com o último andar possuindo um mirante de observação externo com vista panorâmica, aberto ao público em geral.

O incidente, ocorrido em 1º de agosto de 1966, foi desencadeado por um estudante de engenharia arquitetônica que era fuzileiro naval veterano, que, após assassinar sua mãe e esposa, dirigiu-se ao campus armado com três rifles, incluindo um com mira telescópica, uma espingarda e três revólveres.

Chegando ao local, estacionou próximo à torre após obter um passe de estacionamento com sua identificação universitária e, por volta das 11h30, utilizando-se de um carrinho, ele transportou seu arsenal para o topo da torre, assassinando a recepcionista e ocultando seu corpo.

A partir do mirante de observação, o atirador iniciou um ataque indiscriminado contra todas as pessoas que estavam em seu campo de visão. Notavelmente preciso, ele causou pânico e caos, atingindo alvos a distâncias consideráveis, incluindo um trabalhador do setor elétrico a mais de 450 metros. O atirador barricou-se no local, utilizando seu carrinho para obstruir a entrada na área de recepção, e prosseguiu efetuando os disparos, causando 96 minutos de terror.


O principal armamento utilizado pelo atirador foi um rifle Remington 700 calibre 6 mm (Wikipedia).

Todos os policiais de folga do Departamento de Polícia de Austin foram convocados para atuar, e com apoio de civis locais, munidos de rifles particulares de caça, responderam à situação, fornecendo fogo supressivo que diminuiu a eficácia do atirador, forçando-o a buscar abrigo. Inclusive policiais de outros departamentos de jurisdição limítrofe passaram a ocupar posições elevadas de prédios próximos, e tentavam engajar o atirador com disparos de rifle.

Todo esse volume de fogo que passou a convergir contra o atirador permitiu que quatro interventores superassem a desvantagem tática e avançassem em direção à torre, conseguindo chegar ao 27º andar. Desses, três eram policiais e um civil com treinamento militar. Eles conseguiram engajar o atirador e neutralizar a sua ação homicida. Do incidente resultaram 18 mortos e 31 feridos.

A resposta policial inicial foi complicada pela falta de comunicação eficaz e pela ausência de informações claras sobre a localização exata do atirador. Além disso, a posição elevada do atirador tornou praticamente inútil o emprego de técnicas de abrigo e cobertura por parte dos policiais (MIJARES; MCCARTHY, 2015).

Os policiais estavam minimamente equipados para lidar com o incidente na torre. Careciam de dispositivos de comunicação adequados para coordenar eficazmente sua resposta e não possuíam coletes de proteção balística para percorrer com segurança o caminho até a torre. As opções de armamento também eram limitadas, pois os policiais portavam apenas revólveres e espingardas, sendo que a maioria dos rifles utilizados durante a resposta ao incidente provinha de lojas de caça ou de cidadãos que os forneceram à polícia (SEEBOCK, 2018).

O incidente descortinou a necessidade de que as técnicas, equipamentos e armamentos empregados pela polícia devem superar ou ao menos igualar aqueles empregados pelos atacantes em potencial, ainda que nunca necessitem ser empregados (LAVERGNE, 1997).

A ação conjunta da polícia, combinada com a supressão de fogo pelos civis, foi crucial para encerrar o massacre. O incidente teve repercussões significativas, influenciando estratégias de resposta a emergências, destacando a importância da comunicação policial eficiente em situações complexas e sendo um dos responsáveis em influenciar a criação das equipes SWAT [3].

Incidente em Nova Orleans (EUA)


Foto tirada do helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais sobrevoando o Hotel Howard Johnson (NOLA).

Entre dezembro de 1972 e fevereiro de 1973 o atirador, um militar veterano da Marinha dos EUA, iniciou uma série de ataques que ficaram conhecidos como ataques do sniper de Nova Orleans.

O atirador conseguiu evitar a sua captura por uma semana, mas saiu do seu esconderijo na manhã de 7 de janeiro de 1973, às 10h15 de um domingo, quando atacou um comerciante que ele temia estar ajudando a polícia. Ele então roubou um carro, dirigiu-se ao Hotel Howard Johnson no centro comercial de Nova Orleans e matou o gerente geral do hotel, seu assistente e dois hóspedes.


O principal armamento utilizado pelo atirador foi um rifle Ruger semiautomático calibre .44 Mag (Wikipédia).

A polícia foi acionada e se dirigiu para o local quando foi inundada por chamados de tiros vindos de vários lugares, do hotel de 17 andares, do outro lado da rua da prefeitura e dos escritórios estaduais.

Os primeiros policiais chegaram ao local às 11h00 e outros socorristas às 11h20, sendo estabelecido um posto de comando de incidentes, de onde o chefe de polícia determinou a implantação de diversos atiradores de elite da polícia em prédios vizinhos e uma varredura quarto-a-quarto no interior do hotel em busca do atirador. Durante seus esforços diversos policiais foram vitimados, três deles fatalmente.

Às 14h00 o atirador foi localizado em um cubículo de concreto no terraço do edifício, quando então um helicóptero do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA com atiradores de elite da polícia passou a apoiar a operação, sem contudo se ter certeza se o atirador havia sido atingido por algum disparo.

O chefe de polícia vetou o emprego direto de policiais no terraço do hotel, pois os colocaria em risco insuportável de morte, e considerando que já não havia mais ação homicida em curso, optou por conduzir o incidente por meio de protocolos de incidentes estáticos e vencê-lo pelo cansaço (FOREMAN, 1993).

Com a sua vantagem tática perdida, por volta das 19h00 o atirador deixou seu local de abrigo e passou a engajar os policiais, vindo assim a ser neutralizado. Do evento resultaram oito mortos e 13 feridos.

Incidente em festival de música em Las Vegas (EUA)


Pessoas em fuga durante o ataque em Las Vegas (ABC News).

O ataque em Las Vegas, em outubro de 2017, representou um desafio sem precedentes para as forças policiais locais. Mais de 22.000 pessoas compareceram a um festival de música em Las Vegas. Na terceira e última noite do festival, um atirador abriu fogo contra a multidão a partir do 32º andar do Hotel Mandalay Bay.

O atirador havia reservado uma suíte com vista para o festival, estocando em seu interior 23 armas de fogo, miras telescópicas, maletas, e grande quantidade de munição. Pouco antes dos disparos, ele parafusou um suporte metálico em forma de L na porta da escadaria de serviço adjacente ao seu quarto. Ele também instalou câmeras escondidas em um carrinho de serviço de quarto do lado de fora de sua suíte, com fios que se conectavam a um computador em seu quarto para que ele pudesse ver qualquer pessoa se aproximando pelo corredor. Às 22h05, ele quebrou duas janelas diferentes de sua localização no 32º andar e passou a atirar contra a multidão por 11 minutos.

Cinquenta policiais trabalhavam no evento, e seu impulso inicial foi presumir que os disparos ocorriam no interior do evento, contudo ao analisar a situação e com o auxílio de um binóculo, determinaram que os disparos eram efetuados a partir do Hotel Mandalay Bay. No local, dois foram atingidos pelos disparos (LAS VEGAS METROPOLITAN POLICE DEPARTMENT, 2018).


O atirador empregou uma grande variedade de fuzis em calibre .223 Rem e .308 Win (The New York Times).

Já no interior do hotel, uma equipe de contato [4] composta por quatro policiais, sendo que um deles possuía experiência tática em equipes SWAT, adentrou o 32º andar após conseguir realizar o arrombamento do dispositivo em forma de L previamente instalado pelo atirador. Rapidamente a equipe se deslocou até o quarto do atirador onde procedeu à invasão, verificando que o atirador havia cometido suicídio. No incidente foram vitimadas 58 pessoas fatalmente e mais de 850 ficaram feridas.

A resposta policial foi rápida e adequada, os policiais possuíam treinamento em Multi-Assault Counter-Terrorism Action Capabilities (MACTAC) [5] e equipamento adequado à situação. A adequação da resposta se verifica por meio do fato de que os disparos se encerraram assim que a primeira equipe de contato adentrou o corredor em que o atirador se encontrava, o que ocorreu em 12 minutos, às 22h17.

Incidente em Praga (República Tcheca)


Policiais atuando no incidente em Praga (CNN).

Em 21 de dezembro de 2023, a polícia recebeu duas ligações telefônicas, uma da mãe e outra de uma amiga informando que um indivíduo (que posteriormente viria a cometer o ataque) planejava tirar a própria vida e seguia de sua cidade natal para Praga. A polícia adentrou a sua residência e encontrou o corpo de seu pai, que havia sido morto com três tiros na cabeça. Uma busca minuciosa na casa foi dificultada pela presença de IED [6], neutralizados por especialistas mais tarde naquele dia.

Um mandado de busca foi emitido e publicado imediatamente, indicando que o indivíduo estava armado e era considerado perigoso, sendo desencadeada uma operação na tentativa de localizá-lo e impedi-lo.

Durante a operação, às 14h59 a polícia recebeu as primeiras chamadas sobre um tiroteio ocorrendo no prédio principal da Faculdade de Artes. O perpetrador abriu fogo nos corredores e salas de aula do quarto andar do prédio, enquanto funcionários e estudantes se barricavam em salas usando móveis. Vários dos presentes fugiram do prédio pulando em um terraço no telhado a partir das bordas exteriores.

Os primeiros policiais chegaram rapidamente ao local dos fatos por volta das 15h02, passando a realizar buscas na tentativa de localizá-lo no interior do edifício enquanto outros policiais no térreo auxiliavam na evacuação das pessoas. O atirador chegou a ser engajado por um policial que se encontrava na rua, que disparou três vezes com uma pistola a uma distância de cerca de 100 metros, porém sem acertos.

Simultaneamente, uma equipe de contato com policiais armados de fuzis se dirigia a um andar superior de um hotel do lado oposto da rua. Um desses policiais efetuou um disparo de fuzil contra o atirador, que então abandonou o armamento e levantou as mãos. Contudo, antes do se entregar à polícia por volta das 15h20, ele cometeu suicídio com outro armamento que portava. Do incidente resultaram 14 mortos e 25 feridos.


O armamento principal do atirador consistia em um fuzil Zev AR-10 calibre .308 Win (The New York Post).

Padrões detectados nos incidentes e recomendações

1. Quanto ao tempo de resolução e preparo policial

Verificou-se uma relação inversamente proporcional entre o preparo policial e o tempo de resolução dos incidentes [7]. Como preparo policial neste contexto podemos considerar sua capacidade de atuação frente ao incidente.

No incidente da torre da Universidade do Texas os policiais não possuíam treinamento, equipamento e mesmo armamento adequado, o que levou a diversas tentativas improvisadas de resolução em um tempo de 96 minutos.

No incidente em Nova Orleans já existiam policiais com treinamento diferenciado e equipes SWAT, bem como a dotação de fuzis de precisão a policiais designados para a função de atirador de elite. Verifica-se que o longo decurso de tempo se deu devido à dificuldade inicial em se determinar a posição exata do atirador, e pelo fato de o chefe de polícia optar por aguardar sua rendição assim que perdeu acesso às vítimas.

Já no incidente em Las Vegas, os policiais possuíam treinamento específico contra ataques ativos integrados com outras agências, equipamento de proteção balística, material de arrombamento e armamento adequados, o que levou a uma resposta rápida com resolução do incidente em 12 minutos.

Por fim, no incidente em Praga verifica-se uma grande capacidade de coordenação e comunicação policial, desde o momento do recebimento das solicitações até a efetiva localização do atirador com a neutralização da ação homicida em menos de 20 minutos.

Para que sejam alcançados resultados aceitáveis em incidentes críticos num curto espaço de tempo pelas forças policiais, recomenda-se investimentos em três áreas distintas:

  1. Treinamento: os policiais devem ser preparados para compreender como o incidente ocorre e como atuar de forma multidisciplinar interagências de maneira sinérgica, com padronização de terminologia e objetivos comuns;
  2. Equipamento: os policiais devem ter à sua disposição equipamentos de proteção balística, que lhes dê segurança no deslocamento em direção ao perigo quando em ação, uma gama de armamentos adequados ao nível da ameaça detectada (desde armas de incapacitação neuromuscular até fuzis), equipamentos de arrombamento (pés de cabra, marretas, etc.) e também de primeiros socorros (selos torácicos, bandagens, torniquetes, etc.);
  3. Respaldo: se a pretensão é que o policial avance na direção do perigo para cessar a ação homicida em curso, ele deve assim estar respaldado legal e normativamente.

2. Quanto ao local e movimentação

Em todos os casos, verificou-se que assim que obteve a vantagem tática de superioridade no terreno, o atirador permaneceu a maior parte do tempo estacionário. Ao contrário do que ocorre nos incidentes dinâmicos, em que o atacante percorre ativamente o local escolhido em busca de vítimas, aqui ele confia na estrutura do local para sua proteção.

Isto se deve principalmente ao fato de que os disparos eventualmente efetuados contra ele, a partir de policiais posicionados no solo, não são tão efetivos e muitas vezes criam riscos de dano colateral por acertos em civis. Nesta hipótese verifica-se como adequada a rápida identificação do ponto dos disparos e o emprego de policiais armados de fuzis em local de mesma altitude, o que diminuiria significativamente a vantagem tática do atacante.

Ainda que tais policiais não consigam neutralizar a ameaça de forma efetiva, seu engajamento forçaria o atirador a buscar uma cobertura completa, impedindo-o assim de permanecer com sua ação homicida ao mesmo tempo em que cria oportunidades para que equipes de contato em terra avancem até a posição do atirador.


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Sistema de Gerenciamento de Incidentes e Crises

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É notável, ainda, que em todos os casos os edifícios escolhidos e utilizados como plataforma de disparo eram locais operados por empresas ou autarquias, com condições de segurança voltadas apenas à dinâmica criminal cotidiana, diferentemente do que se verificaria em edifícios governamentais, onde o controle de acessos e medidas de segurança seriam naturalmente mais rigorosos.

Desta forma, a segurança em locais como edifícios requer uma abordagem integrada entre o governo e o setor privado, com parcerias eficazes e desenvolvimento de estratégias de resposta adequadas, considerando a infraestrutura existente e as necessidades específicas de cada local.

3. Quanto à disponibilidade de vítimas e coordenação

Verificou-se em todos os casos que os atiradores eram proficientes em disparos a longas distâncias e haviam se preparado com armamento adequados à tal finalidade, conforme ilustrado.

Diante disso, o emprego dos modelos de resposta baseados no “Correr, Esconder-se, Lutar” recomendado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) pode não surtir o efeito pretendido, sendo essencial o desenvolvimento e implementação de estratégias de resposta adaptadas à realidade brasileira e orientação do público sobre medidas adequadas de autoproteção, incluindo a busca por cobertura eficaz e a comunicação rápida com as autoridades.

No que tange à resposta policial, considerando-se as características híbridas deste tipo de incidente e a baixa efetividade de responder à injusta agressão com disparos realizados a partir do solo, os policiais que não possuem capacidade de resposta imediata e direta para encerrar o ataque devem adotar medidas de gerenciamento de incidentes, enquanto outros policiais com melhores condições de atuação devem prosseguir com a neutralização da ação homicida.

Tais medidas consistem em inicialmente reduzir o número de vítimas a que o atirador tem acesso, auxiliando em um processo de evacuação perimetral rápido e ordenado, ao mesmo tempo em que atuam em sinergia com equipes de emergência de saúde e hospitais próximos para socorro daqueles eventualmente feridos. Mas para que isso efetivamente ocorra é necessário um sistema de comunicação eficaz e confiável entre todos os envolvidos, pois conforme se verifica em incidentes, a comunicação é sempre um aspecto crítico.

No que tange à comunicação eficaz, não basta apenas a aquisição de equipamentos de comunicação, sendo também necessária uma readequação dos centros de operações das polícias para que possuam uma equipe tática de atuação em incidentes para lidar especificamente com três questões que podem surgir:

  1. Uma superconvergência de solicitações oriundas do telefone de emergência, o que sobrecarregaria os atendentes previstos para a dinâmica criminal habitual;
  2. Solicitações falsas oriundas do telefone de emergência que podem levar a um emprego desnecessário de ativos operacionais;
  3. Redundância ou ausência de esforços em determinadas questões relativas ao incidente por problemas de comunicação entre os policiais envolvidos no calor dos fatos no local.


*Valmor Saraiva Racorti é coronel da PMESP e instrutor pela Universidade do Texas/Programa ALERRT. Comandou o Batalhão de Operações Especiais, que compreende o GATE e o COE. Realizou o Curso Preparatório de Formação de Oficiais em 1990-1991. Graduado em Direito pela UNISUL, é bacharel, mestre e doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança “Cel. PM Nelson Freire Terra”. Foi comandante de Pelotão ROTA no 1º BPChq de 1994 a 2006, Chefe Operações do COPOM em 2006, Oficial de Segurança e Ajudante de Ordens do Governador do Estado de 2007 a 2014, Comandante de Companhia ROTA no 1º BPChq de 2014 a 2016 e Comandante do GATE de 2016 a 2019. Já atuou em mais de 500 incidentes críticos.

*Adriano Enrico Ratti de Andrade é capitão da PMESP, instrutor pela Universidade do Texas/Programa ALERRT e instrutor de Tiro Defensivo na Preservação da Vida “Método Giraldi” desde 2006. É bacharel em Direito pela UNIBAN e especialista em Direito Público pela UNAR, bacharel e mestrando em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Possui formação em Negociação de Crises com Reféns pela PMESP, Segurança Multidimensional em Fronteiras pela USP e Fundamentos para Repressão ao Narcotráfico e ao Crime Organizado pela UFSC. Foi comandante de força patrulha e força tática nos batalhões em que serviu de 2004 a 2016 e chefe de seção de investigação na Corregedoria de 2016 a 2018. Desde 2018 desempenha as funções de comandante de companhia e coordenador operacional interino no 44º Batalhão de Polícia Militar do Interior.


Referências

ANDRADE, A. E. R. Treinamento do Policial Militar da Matriz Operacional I para atuar como primeiro interventor em ataques ativos. 2023. Dissertação (Mestrado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública), Centro de Altos Estudos de Segurança, Polícia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, 2023.

FEDERAL BUREAU OF INVESTIGATION. Active shooter event quick reference guide. Disponível em: https://www.fbi.gov/how-we-can-help-you/active-shooter-safety-resources/active-shooter-event-quick-reference-guide.

FEDERAL EMERGENCY MANAGEMENT AGENCY. 1 October After-Action Report. Washington, Department of Homeland Security, 2018. Disponível em: https://www.hsdl.org/c/view?docid=814668.

FOREMAN, L. Mass Murderers (True Crime). Time Life Education, 1993. ISBN 0783500041.

LAS VEGAS METROPOLITAN POLICE DEPARTMENT. 1 October After-Action Review. Clark County, 2018. Disponível em: https://www.crj.org/assets/2019/10/1_October_AAR_Final_06062019.pdf.

LAVERGNE, G. M. A Sniper in the Tower: The Charles Whitman Murders. Denton, University of North Texas Press, 1997.

MIJARES, T. C.; MCCARTHY, R. Significant tactical police cases: learning from past events to improve upon future responses. Charles C Thomas Pub Ltd, 2015. ISBN 9780398081263.

RACORTI, V. S. Proposta Estratégica para Atualização, Difusão e Emprego da Doutrina de Gerenciamento de Incidentes na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Tese (Doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública), Centro de Altos Estudos de Segurança, Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2019.

RACORTI, V. S.; ANDRADE, A. E. R. Ataques Ativos: análise do fenômeno e propostas de atuação em amplo espectro. Velho General, 2023. Disponível em: https://velhogeneral.com.br/2023/04/07/ataques-ativos-analise-do-fenomeno-e-propostas-de-atuacao-em-amplo-espectro/.

SEEBOCK, J. J. Responding to high-rise active shooters. Dissertação (Mestrado). Naval Postgraduate School (U.S.), Monterey, 2018.


Notas

[1] Incidentes que podem ser contidos no local em que ocorrem e que exigem atuação urgente e especializada, mas não imediata, como as ocorrências de tomada de reféns e de emprego de explosivos.

[2] Nos casos analisados os atacantes possuíam farta quantidade de munição e utilizavam as estruturas físicas como abrigo contra os disparos efetuados pelas forças de segurança.

[3] Traduzido como “Armas e Táticas Especiais”, consiste em equipes policiais especializadas, criadas por diversos departamentos de polícia nos EUA, para lidar com incidentes críticos que ultrapassam as capacidades dos policiais de patrulha, tais como ocorrências com reféns, marginais embarricados e controle de tumultos.

[4] Nome dado aos policiais que primeiro chegam ao local e que consistem nos primeiros interventores. Sua missão é a de localizar e cessar da forma mais urgente possível a ação homicida em curso (ANDRADE, 2023).

[5] Traduzido como Capacidades de Ação Antiterrorista frente à múltiplos ataques, são estratégias e táticas destinadas a responder a ataques terroristas complexos e coordenados.

[6] O acrônimo IED se refere à expressão em língua inglesa “Improvised Explosive Device”, que pode ser traduzido como Dispositivo Explosivo Improvisado.

[7] Para efeito de nosso estudo em Incidentes Dinâmicos, vamos considerar como resolução do incidente o momento em que a ação homicida é cessada.

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